Sobre esta Campanha
A Associação Paulista de Apoio aos trabalhadores Desempregados – APOIO é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, que visa à organização de atividades de educação popular, capacitação, formação profissional e incubação de empreendimentos solidários de trabalhadores desempregados no estado de São Paulo, no sentido de facilitar a inclusão social, principalmente de mulheres e jovens em situação de vulnerabilidade social e egressos do sistema prisional, buscando a inserção no mundo do trabalho através da organização de empreendimentos ou da inserção formal no mercado de trabalho através da qualificação profissional.
A associação Apoio iniciou a organização da fábrica escola Ecojolo numa estação abandonada do antigo VLT (Veículo Leve sob Trilhos),ocupação Joana Darc, na rua Padre Donizete Tavares de Lima, no bairro Cidade Jardim, onde, à partir do esqueleto restante da antiga estação, organizou-se um galpão e instalou-se as máquinas, porém a prefeitura de Campinas removeu a fábrica escola para viabilizar a construção do corredor do BRT e cedeu para a Associação Apoio, em regime de autorização de uso, uma área pertencente a prefeitura para instalação e funcionamento da fábrica escola na Rua Dante Erbolato, 436, bairro Jardim Satélite Iris I, na região do Campo Grande em Campinas.
2 - OBJETIVOS:
2.1 – Objetivo Geral:
- Construção da fábrica-escola de tijolos ecológicos e construções sustentáveis da Associação Paulista de Apoio aos Trabalhadores Desempregados no terreno cedido pela Prefeitura Municipal de Campinas localizado na rua Dante Erbolato, nº 436, Jd. Satélite Iris I, Campinas.
2.2. Objetivos Específicos:
- Promover a reciclagem de resíduos sólidos oriundos de construções e terra de escavações, transformando em tijolos ecológicos, reduzindo a quantidade de entulho a ser jogado no ambiente;
- Profissionalizar trabalhadoras e trabalhadores desempregados, em especial jovens das periferias, egressos do sistema prisional, na fabricação de tijolos de solo cimento, blocos de concreto e pisos intertravados.
- Profissionalizar trabalhadoras e trabalhadores desempregados, em especial jovens das periferias e egressos do sistema prisional, em técnicas de construção, dando oportunidade a essas pessoas a se tornarem profissionais da área da construção civil, como pedreiros, armadores, carpinteiros, eletricistas, encanadores, pintores, etc;
- Fomentar a organização de cooperativas populares de construção civil;
- Viabilizar mutirões de produção habitacional para comunidades de baixa renda;
- Difundir tecnologias sustentáveis de construção reduzindo o consumo de madeira, a emissão de CO² e a geração de resíduos sólidos;
3 – Porquê tijolo ecológico:
O Projeto de fabricação de tijolo ecológico deverá contribuir tanto para resolver o problema da moradia das comunidades beneficiárias, como também para produção em massa para venda no mercado regional, principalmente o público mais carente, articulado a associações de pequenos agricultores, assentamentos, sindicatos de trabalhadores rurais, associações comunitárias e entidades populares do meio urbano, de modo a difundir tecnologias alternativas que, juntamente com o processo de construção em mutirão, podem reduzir em até 60% o custo de construção ou ampliação de casas populares.
Um dos temas mais discutidos na atualidade, se não o mais, é a questão ambiental. Obrigando a se buscar o desenvolvimento sustentável, onde se mantenha o desenvolvimento, mas se busque processos produtivos de menor impacto ambiental. Os tijolos ecológicos, por não consumirem lenha nem carvão em sua fabricação, reduzem o desmatamento e a emissão de CO².
Casas construídas com tijolos ecológicos não necessitam ser rebocadas ou pintadas, reduzindo com o consumo de areia, cimento e tintas, que são materiais que em seus processos de extração ou fabricação provocam muito impacto ambiental.
O material utilizado na fabricação dos tijolos ecológicos é diferente dos tijolos tradicionais, que geralmente utilizam a argila pura, retirada do fundo de vales e leitos de rios, o que cria crateras e gera diversos impactos ambientais. No caso dos tijolos ecológicos, o material usado é solo (terra retirada da própria escavação das fundações, da escavação de fossas, piscinas, cisternas), água e um pequeno percentual de cimento, geralmente utiliza-se 9 partes de solo para 1 de cimento. Portanto, sem causar graves danos ambientais.
Os resíduos de construções, conhecidos como entulho de demolições, que se for triturado e peneirado, substitui parte do solo utilizado para fabricação dos tijolos ecológicos. O aproveitamento desses resíduos de construções vem a evitar que sejam jogados em aterros e lixões, que já andam superlotados.
Os tijolos ecológicos deixam poucos resíduos por causa de sua estrutura, com dois orifícios internos por onde se pode passar as instalações elétrica e hidráulica, evitando a quebra da alvenaria como acontece no sistema de construção convencional. Além disso, os tijolos que quebram durante a obra, podem ser utilizados como matéria-prima para construção de outros tijolos, para isso, bastam ser triturados e peneirados para entrar na composição dos tijolos novamente.
Além das vantagens no processo de fabricação, os tijolos ecológicos possuem diversas vantagens em relação aos tijolos convencionais na construção:
– A construção feita com tijolos ecológicos não necessita de revestimento das paredes internas e externas, ou seja, não é necessário rebocar, embora o material aceite bem o reboco. É feito apenas o rejuntamento dos tijolos. Não havendo gastos com excesso de cimento, areia, tinta, madeiras, arames, pregos e mão de obra, o que reduz o custo de construção de uma casa popular em até 40%.
Os tijolos ecológicos são auto-travantes e encaixam-se e alinha-se automaticamente na montagem o que aumenta a velocidade da construção em até 20 vezes e não exige mão de obra especializada, o que facilita a construção em mutirões.
- Por serem auto-travantes e de encaixe, reduz o uso de argamassa no assentamento. Basta uma fina camada de argamassa ou cola, baixando ainda mais os custos de construção, por reduzir o gasto com o material e a mão de obra do preparo da argamassa e do assentamento.
- Aproveitamento de quase 100% do produto, pois o mesmo não quebra facilmente por possuir cimento em sua fórmula para aumentar a sua dureza e resistência, atendendo as normas da ABNT.
- Os furos internos dos tijolos formam condutores para a rede hidráulica e elétrica (fios elétricos e canos de água passam por dentro das paredes eliminando o procedimento de quebrar as paredes para passar os eletrodutos e encanação, como acontece com a construção convencional.
- Os furos internos dos tijolos formam proteção térmica e acústica, reduzindo os ruídos externos e estabilizando a temperatura interna da casa, produzindo um melhor conforto térmico.
4 – FABRICALÇAO DO TIJOLO ECOLÓGICO:
4.1 – Fluxograma:
RECEPÇÃO |
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DESINTEGRAÇÃO |
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PENEIRAMENTO |
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MISTURA |
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PRENSAGEM |
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CURA /SECAGEM |
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ESTOCAGEM |
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4.2 – Descrição do processo industrial:
– Recepção: Inicia-se o processo de recepção com o controle de qualidade. Coleta-se amostra do material e faz-se uma análise granulométrica, para verificar o teor de argila e de areia de cada lote de solo ou resíduo de construção recebido.
O material que for aprovado no controle de qualidade é colocado no galpão para ser processado e o material que não for aprovado não é recebido.
– Desintegração: Após análise, de acordo com sua característica, o material é destinado para o desintegrador de entulho, para o destorroador ou pode ir diretamente para o peneiramento.
- Peneiramento: Para garantir homogeneidade, o material é peneirado e o que não passa na peneira retorna para o desintegrador para ser reaproveitado.
– Mistura: Nessa etapa o solo peneirado é misturado ao cimento em uma proporção média de 1,5 m ³ para cada 4 Sc. de cimento, além da água necessária para umedecer a mistura até o ponto ideal para prensagem. A quantidade de água vai variar com o nível de umidade já existente no solo.
– Prensagem: Nessa etapa a mistura vai para a prensa hidráulica, dando origem ao tijolo ecológico, ainda cru.
– Cura e Secagem: Depois de prensar pode-se empilhar a altura de 1 metro deixando espaços entre eles para proporcionar ventilação e umidade suficiente para a cura, molhar com um jato neblinado ou regado pelo menos duas vezes por dia durante 7 dias, se os tijolos ficarem expostos ao tempo, devem ser cobertos com lona plástica, recomenda utilizá-los após 28 dias.
– Estocagem: Antes da estocagem, faz, se o último teste de qualidade, para verificar se a resistência está de acordo com as normas da ABNT, que é de no mínimo 17 Kg/cm²
A amostra sendo aprovada pelo controle de qualidade, é encaminhada para o estoque na parte do galpão destinada a esse fim, podendo já ser disponibilizada para comercialização.
5 - ASPECTOS AMBIENTAIS:
O projeto não criará nenhum impacto ambiental, pelo contrário, estará reduzindo impactos ambientais, ao produzir tijolos sem o processo de queima que consome madeira e provoca a derrubada de arvores, geralmente nativas. Como não há queima, também não há emissão de Co² na atmosfera.
Como os tijolos não são feitos de argila, vai evitar que se escave beiras de rio, passando-se a utilizar terra oriunda de escavações de construções e entulho de construção triturado e peneirado. Material que se for para o lixo reduz a vida útil do aterro sanitário, que é um dos principais problemas ambientais das cidades.
A pesar de usar cimento em sua fabricação, num percentual de 10%, os tijolos ecológicos reduzem o uso de cimento e areia na construção de casas, por usar pouca argamassa em seu assentamento e dispensar o reboco das paredes.
6 - O QUE TEMOS:
- Terreno cedido pela Prefeitura Municipal de Campinas com uma edificação para transferência da fábrica;
01 Peneira elétrica;
01 Moinho martelo com motor trifásico de 15 CV para trituração de resíduos sólidos de construção;
01 Multiprocessador industrial
01 Destorroador elétrico;
02 Betoneiras / misturador
02 Prensas hidráulicas industriais para fabricação de tijolos
01 Esteira transportadora elétrica 4,5 m
01 Paleteira hidraulica
7 – SITUAÇÃO DA FÁBRICA ESCOLA:
Havíamos instalado a fábrica, na ocupação Joana Darc, na plataforma abandonada do antigo VLT, na rua padre Donizete Tavares de Lima, a Cidade Jardim, porém ficamos impedidos e construir o galpão de alvenaria porque com o acordo firmado com a justiça em 2013 para suspensão da liminar de despejo, estávamos proibidos de construir de alvenaria por conta da aprovação do projeto do BRT de Campinas.
Imagens da Fábrica na ocupação Joana Darc:
Em 2018 a Ocupação Joana Darc foi removida juntamente com a fábrica e no acordo judicial a prefeitura de Campinas ficou com o compromisso de dar auxílio moradia para todas as famílias até o recebimento da moradia e fazer a cessão de um terreno para realocação da fábrica.
Em relação ao auxílio moradia para as famílias, a prefeitura tem cumprido, mas a cessão da área para realocação da fábrica só foi ocorrer no final de 2021 em meio a uma disputa com a Guarda Municipal que reivindica a área para fazer uma base.
Diante do conflito e com a cessão de uso em nome da associação, tivemos que ocupar o terreno e estamos com as máquinas mesmo que enlonadas, mas a céu aberto sujeitas as intemperes.
Superada as pressões e ameaças da GM, agora temos as máquinas, temos o terreno e precisamos construir um galpão para instalar as máquinas e retomar o funcionamento da fábrica.
As máquinas estavam a céu aberto, mas através dessa campanha , apoio de diversos parceiros e de diversos mutirões, conseguimos erguer o galão, mas é necessário ampliar, fazer a pintura, concluir as instalações elétricas e construir o vestuário, a cozinha e o refeitório para que em breve a fábrica escola de tijolos modulares ecológicos e construções sustentáveis entre em funcionamento.
8 – ESTRUTURA A SER CONSTRUÍDA COM OS RECURSOS ARRECADADOS:
- Ampliação e pintura do galpão;
- Ampliação das instalações elétricas;
- Aquisição de esteira elétrica 4,5 m;
- Construção de vestuário e cozinha com refeitório.
- 9 – PRINCIPAIS MATERIAIS NECESSÁRIOS:
ESPECIFICAÇÃO |
UNID. |
QUANT. |
R$ UNIT. |
R$ TOTAL |
Cimento |
Sc. |
10 |
37,00 |
400,00 |
Areia fina |
m³ |
2 |
150,00 |
300,00 |
Areia grossa |
m³ |
2 |
150,00 |
300,00 |
Pedra n° 1 |
m³ |
1 |
180,00 |
180,00 |
Basculante em alumínio 60 x 60 cm |
Unid. |
2 |
125,00 |
250,00 |
Janela em alumínio 1,00 x 1,50 |
Unid. |
2 |
449,00 |
898,00 |
Pia de cozinha inox 2 cubas |
Unid |
1 |
890,00 |
890,00 |
Ferro 3 /8 mm |
Verg. |
8 |
58,00 |
464,00 |
Ferro 4,2 mm |
Verg. |
6 |
26,90 |
161,40 |
Arame recozido |
Kg |
2 |
28,90 |
57,80 |
Cal de pintura Sc c/ 8 kg |
Unid |
5 |
23,00 |
115,00 |
Tinta esmalte sintético metal / madeira |
Gl |
2 |
186,00 |
186,00 |
Tinta piso |
Lt |
2 |
290,00 |
290,00 |
Esteira transportadora elétrica 4,0 m (usada) |
Und |
1 |
10.000,00 |
10.000,00 |
Cabo de cobre 10 mm |
m |
50 |
6,97 |
418,20 |
Fio de 6 mm peça c/ 100 m |
Und |
1 |
384,87 |
384,87 |
Fio de 4 mm peça c/ 100 m |
Und |
1 |
154,90 |
154,90 |
Dijuntor 100A trifásico 3p |
Und. |
3 |
282,00 |
846,00 |
Dijuntor 50 A Trifásico |
Unid |
1 |
47,51 |
47,51 |
Dijuntor difásico 20A |
Unid |
2 |
23,90 |
47,80 |
Haste terra 2,4m 5/8" |
Unid |
2 |
33,15 |
66,30 |
Motor para betoneira 2CV 4 polos 127 / 220v 60 Hz baixa rotação |
Unid. |
1 |
850,00 |
850,00 |
Haste terra 2,4m 5/8" |
Unid |
2 |
33,15 |
66,30 |
Peça de madeira aparelhada 11 x 5 cm |
m |
60 |
24,00 |
1.440,00 |
Peça de madeira aparelhada 5 x 5 cm |
m |
40 |
11,00 |
440,00 |
Parafuso para telha |
Unid |
100 |
0,70 |
70,00 |
TOTAL GERAL |
|
|
|
19.478,98 |
O OBS: A doação de materiais e ferramentas usadas, mesmo que não constem nessa lista, serão
muito bem vindos.
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