AJUDE A MANTER DE PORTAS ABERTAS A CLINICA MARLON HENRIQUE | Campanhas | Campanha do Bem
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Sobre esta Campanha

QUEM SOMOS

Eu e meu marido somos adictos em recuperação (ex dependentes químicos), após um longo período sofrendo na miséria, tristeza e solidão que era usar drogas para viver e viver para usar drogas, passamos por um processo de tratamento em clínicas onde a metodologia era “oração e trabalho”, embora eu tenha sido internada no RJ e ele em SP, eu em 1997 ele em 1995, essa metodologia era muito parecida; laborterapia, reuniões de sentimentos, missas, confrontos e uma alimentação quase sempre muito precária.

Contudo somos gratos a estas instituições pois nos deram alguma esperança e o início de uma abstinência das drogas; nos acolheram em um período que no Brasil havia pouquíssima informação de como tratar um Dependente Químico.

Desde então aprendemos que o tratamento em uma Clínica e ou Comunidade Terapêutica tem começo, meio e fim, mas a recuperação é para vida toda.

Até hoje muitas clínicas adotam esta metodologia e com um agravante que são as internações involuntárias, essa é responsável por parte significativa do baixo índice de pessoas que de fato se recuperam, pois tratam apenas o uso das drogas.

Após o término do nosso tratamento buscamos ajuda nos grupos Anônimos e lá aprendemos que era possível parar de usar drogas, perder o desejo de usar e encontrar uma nova maneira de viver, um dia de cada vez, Só Por Hoje.

Após alguns anos já sem o uso de drogas, nos conhecemos em um destes grupos e estamos juntos a mais de 20 anos. Nos casamos e já tínhamos filhos de outros relacionamentos, então tivemos mais filhos!

Juntos tínhamos seis filhos, Marlon e Carla (meus), Vinícius e Yasmin (dele), Alanis e Théo (nosso).

Desde o início nos envolvemos muito com pessoas e famílias dentro desse contexto e descobrimos nesse meio, um senso de pertencimento. Pode não parecer, mas para nós que já não sentíamos parte de nada, já era muito mais do que havíamos ido buscar, pois queríamos apenas continuar sem usar drogas.

Nos envolvemos com os serviços voluntários que esse universo tem em demasia, oferecemos empatia e apoio a outros doentes, familiares, dependentes e na sociedade como um todo, então começamos a ter o que chamamos de “despertar espiritual”, acreditamos que era isso o que iríamos fazer pelo resto de nossas vidas, nos dedicar e estarmos a favor daqueles que querem parar de usar drogas.

Nós aprendemos a duras penas, que não iríamos viver e sustentar nossa grande família com serviço abnegado, cada vez mais as pessoas nos procuravam; como se não bastasse os serviços que fazíamos, as palestras que era apenas para nos mantermos sóbrios, nossa casa estava sempre cheia de pessoas que precisavam de ajuda.

Com o tempo, uma variedade de tipos de problemas bateu a nossa porta, não eram mais apenas aqueles com compulsões de drogas e álcool, mas também: distúrbios alimentares, transtornos de diversas naturezas, depressão, tentativas de suicídio, crises de pânico e ansiedade, familiares doentes com seus entes queridos precisando de indicações para tratamentos etc.

Começamos então a cobrar por alguns serviços em instituições privadas, para fazer algumas palestras em clínicas para tratamento da dependência química, mas éramos muito mal remunerados, apesar de nossa experiência vivida diretamente com pessoas e seus problemas.

A vida estava nos mostrando o caminho e então decidimos estudar, fiz o curso técnico em Dependências pela UNIAD/UNIFESP, me formei como Psicanalista, e fui me especializando em várias áreas, diversas abordagens e descobrindo muito sobre as comorbidades. Estudei intervenção breve e continua, mediação de conflitos, ética e aprendi muito. aprendi a teoria sobre suicídios, pois na pratica houveram muitos que infelizmente eu vi se perder. estudei na pratica assuntos e problemas que podem ser prevenidos na primeira infância, com adolescentes e famílias, tive o privilegio de ouvir milhares de histórias de pessoas em tratamento e acabei desenvolvendo minha própria compreensão disso tudo. também fiz especialização em relacionamentos onde tratamos de relacionamentos abusivos, tóxicos e disfuncionais, orientando vítimas e casais.

Meu esposo fez vários cursos técnicos para o tratamento da dependência química, liderança comunitária, mediação de conflitos, intervenção familiar breve e contínua, atendimento ambulatorial no pós-tratamento. Ao longo do tempo já liderou centenas de homens e mulheres em sua trajetória, orientou e orienta muitos maridos inábeis em seus papeis de pais de família, conduziu sabiamente muitos relacionamentos que passaram a funcionar de forma saudável graças a sua sabedoria e tolerância. Estudou participou de vários congressos com assuntos voltados as doenças e compulsões diversas. Ele cursou como Coordenador de Comunidades Terapêuticas pela FEBRACT e atualmente ambos somos graduando em Filosofia pela UNIP-SP.

EXPERIÊNCIA

Quando já acreditava ter experiência e a formação necessária para me tornar uma boa profissional, pois já atendia a várias pessoas, já era solicitada para trabalhar em várias clínicas, tive a notícia que meu filho mais velho o Marlon, havia tido a primeira overdose, aquilo foi um golpe muito duro para todos nós, a partir de então começamos uma busca incansável para ajudá-lo, foram 9 internações e perdemos!

Marlon faleceu no dia 15/02/2014, devido ao seu alto grau de embriagues foi vítima de múltiplos atropelamentos a uma semana de completar 23 anos de idade.

Essa perda irreparável me tirou o chão, o nosso chão!

O Despertar da Consciência!

Consciência de que somos instrumentos falhos de um Poder muito Maior que nós, que é amoroso e cuidadoso sim, ao qual chamamos de Deus, que em nós não há poderes, portanto, não salvamos ninguém, não temos a capacidade de desvendar os mistérios da vida e tampouco da morte, e a partir de então só nos restava uma opção; seguir em frente!

A CLÍNICA

Sim essa fatalidade nos serviu de combustível para trabalhar e servir mais e com mais força, até que começamos a acolher as pessoas que nos procuravam pedindo ajuda na nossa casa, amigos mais próximos nos diziam que precisávamos abrir a nossa Clínica, esse foi o nosso sonho antigo.

Nas casas que moramos sempre tínhamos um “quartinho” para receber alguém e poucas vezes esse ficou vazio, até que começamos a ter problemas com nossa privacidade, vimos que poderíamos prejudicar nossos filhos.

Foi em setembro/2020 que nos foi apresentado uma oportunidade de termos a nossa Clínica, e com ela, poderíamos acolher as pessoas e aplicarmos o tratamento que entendemos ser o ideal, a nossa metodologia.

No início ficamos com medo, pois vivíamos em período muito difícil que se estende até hoje com a pandemia do COVID-19.

Mesmo assim aceitamos o desafio e na hora de decidirmos pelo nome da Clínica meu marido me olhou e disse “vai se chamar Clínica Marlon Henrique”, jamais tive tanta certeza de algo.

O nome da Clínica é uma homenagem a ele, pois hoje entendemos que ele foi mais uma vítima da doença da adicção, mais uma vítima do meio disfuncional em que viveu desde sua primeira infância, Marlon era inocente.

A exposição se faz necessária sim, pois é uma forma de apresentarmos que, o que nos credencia e capacita para fazermos o que fazemos não é apenas a importante formação técnica e acadêmica que continuamos obtendo ao longo dos anos, mas sim termos vivido os horrores da adicção ativa, por sermos mãe e pai que sentimos na pele o medo de caminhar nas madrugadas frias pelas vielas a procura do filho, de negociar a vida do próprio filho com o traficante, de viver e passar pelo luto, de acolher as pessoas. A dor sempre nos faz crescer, evoluímos na dor, e essa sempre trouxe gratidão, mas acima de tudo, nos possibilitou sentir empatia, compaixão e amor por aqueles que sofrem com a adicção e Co dependência, a dor nos trouxe humanidade a ao mesmo tempo a possibilidade de transcender e olhar o que tem além do comportamento, por trás do uso de drogas, de nos interessarmos pela história que cada um carrega antes do uso da primeira dose, antes do primeiro ato desesperado que é a tentativa de controlar o outro.

A Clínica Marlon Henrique não tem em seu propósito primordial um “negócio lucrativo” não comercializamos pessoas, mas sim acolhemos e cuidamos de pessoas, de suas vidas. Oferecendo a elas uma outra perspectiva da própria história, desconstruindo velhas crenças, condicionamentos e padrões. Nós, com tantas ferramentas seguimos resinificando o valor da vida.

TRATAMENTO

Aos poucos fomos formatando nosso projeto terapêutico, montando nossa equipe e percebemos que aquilo que gostaríamos de oferecer como metodologia de tratamento iria além das cartilhas e manuais existentes, entendemos e respeitamos a importância de profissionais como Psiquiatra, Enfermeira, Psicólogo e que estes profissionais têm importante papel no processo de Desintoxicação, Informação e Orientação, mas queríamos mais !!!

Não queremos que esses acolhidos retornem aqui, nossa maior propaganda é eles não voltarem, mas funcionarem em suas vidas. não tratamos apenas aqueles que estão usando DROGAS e ALCOOL, mas oferecemos tratamento para os NEURÓTICOS, para as MULHERES que AMAM DEMAIS, aos CO DEPENDENTES, DEPENDENTES DE MEDICAMENTOS, DEPENDENTES de SEXO, de JOGOS, DE COMPRAS, de PESSOAS, DEPENDENTES EMOCIONAIS, e qualquer outra pessoa que tenha a vida infeliz por algum motivo.

trabalhamos a fundo toda e qualquer historia de dentro pra fora, e de forma impactante, sem contar que isso acontece de forma completamente individualizada, cada um tem seu tratamento voltado para suas peculiaridades. trabalhamos cirurgicamente os padrões de comportamentos destrutivos, a infância e traumas, segredos e complexos.

Fomos a fundo, buscamos na história da Grécia antiga algo que traduzisse o que queríamos oferecer e encontramos a resposta no século IV A.C quando o filósofo Sócrates ao visitar o Oráculo de Delfos se deparou com a seguinte frase “Conheça-te a ti mesmo” e esta frase atravessa os séculos provocando reflexões, desafiando o ser humano a uma das buscas mais difíceis que é a do autoconhecimento através de um mergulho interior. E isso não poderia de forma alguma estar disponível apenas a essa ou aquela identidade de gênero, portanto nossa clínica é para quem quer ajuda e não acolhemos de forma involuntária.

Para que isso seja possível utilizamos nossas técnicas aprendidas e mais dos 12 passos das irmandades anônimas, de algumas literaturas do Hazeldem, livros de John Bradshaw, Judith Viorst e outros textos e alegorias filosóficas.

Contudo também acreditamos que a doença da adicção, Co dependência, assim como outras compulsões, afetam mente, corpo, emoção e espírito. precisávamos oferecer algo para auxiliar no encontro da serenidade e coragem tão necessárias nesta nova maneira de viver. Para tanto incluímos como parte importante do nosso tratamento a prática do Yoga, Arte terapia, Reiki, Auricoloterapia, Cromoterapia, Hidroginástica, caminhadas e musculação, tudo acompanhado por profissionais capacitados.

E para elevar a autoestima temos cabelereiro/barbeiro/manicure e pedicure periodicamente na clínica cuidando de cabelos, barbas, sobrancelhas e unhas.

LEGALIZAÇÃO

Partimos então para esta tarefa que acreditávamos ser a mais fácil; mas infelizmente cada vez mais vemos casos e mais casos de “clínicas e Comunidades Terapêuticas” nos noticiários sendo indiciadas e fechadas, por maus tratos, abusos e já houve até casos de estupro e morte, deixando qualquer munícipio muito preocupado e “desconfiado” quando alguém aparece solicitando o “alvará de funcionamento” para uma Clínica.

No nosso caso estamos enfrentando bravamente nos últimos 6 meses toda a burocracia imposta e já conseguimos : a aprovação do Laudo Técnico de Avaliação da Vigilância Sanitária e o Certificado do Corpo de Bombeiros, dentro de mais alguns poucos meses teremos nossa Licença e Alvará de funcionamento

FINANCIAMENTO

Antes de iniciarmos este projeto continuávamos realizando atendimentos e acompanhamentos de forma profissional e remunerada, além das palestras que fazíamos em algumas poucas clínicas, com isso conseguíamos o nosso autos sustento.

Embora isso tenha sofrido uma diminuição considerável por conta da pandemia, acreditávamos que a clínica poderia estabelecer parcerias com os convênios e se tratando de uma clínica com um tratamento completo, raramente encontrado no Brasil, com baixo valor agregado e com uma proposta de acolher poucas pessoas (15 no total), rapidamente teríamos nossa capacidade suprida, o que não ocorreu.

Aprendemos que o processo de licenciamento é moroso e o de credenciamento nos convênios também, desta forma mantemos nos últimos 6 meses toda a estrutura da clínica com os nossos próprios recursos e estes acabaram.

Atualmente temos 14 pessoas na equipe, 4 acolhidos, um custo mensal de 25 mil reais e uma entrada de 15 mil, ou seja, temos ficado 10 mil negativo todos os meses. Dos 4 acolhidos que temos na clínica, 3 já estão concluindo o tratamento até o final de março e início de abril.

Nosso alvará de funcionamento deve ser emitido nos próximos 2 meses, acreditamos que o credenciamento em alguns convênios médicos deve levar mais 2 meses. Contudo não temos mais condições financeiras para tocar este projeto, estamos diante de nossa própria impotência pois neste caso não basta nossa boa intenção é preciso dinheiro.

Devido ao esforço de tirar de nossos esforços pessoais, dinheiro para a clinica, ja adquirimos uma divida de 43,000.

Para cobrirmos uma parte daquilo que já investimos e deixarmos a Clínica equilibrada financeiramente nos próximos 12 meses precisamos no mínimo de um caixa médio mensal de R$ 8.333,00 ( que é o suficiente apenas para aluguel, água, luz, internet e gás de cozinha) totalizando R$  aproximadamente 100.000,00 (cem mil reais) o que hoje para nós é impossível.

Se você se deu o trabalho de ler até aqui, já lhe agradecemos pela paciência e consideração conosco.

Pedimos sua contribuição financeira para que possamos perseverar com nossa Clínica pois realmente acreditamos que muitas e muitos estão por chegar.

Abraço fraterno,

Mônica e Alexandre Baptista

 

 

 

                       

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